13 maio, 2011

O segredo por detrás da ponte (part. 11)


A viagem demorou cerca de três horas nas quais apenas consegui pensar nele, se teria lido a minha carta. O Pedro tinha se tornado a minha vida e aquela nova cidade não me dizia absolutamente nada. Não me sentia em casa e tinha uma sensação de desconforto enorme dentro de mim. As ruas eram me desconhecidas, o cheiro que pairava no ar era estranho, ali não existia a mesma pureza que na minha antiga localidade e tornava-se complicado de respirar. Mas o tempo não parou. Os dias passavam embora parecessem anos na sua ausência. Na minha segunda semana lá recebi uma mensagem do Pedro. Quando vi o seu nome no ecrã do telemóvel o meu coração quase parou.

“ Filipa desculpa-me, mil vezes desculpa-me não sei onde estava com a cabeça quando não respondi às tuas mensagens, quando não apareci ao teu encontro e desculpa só agora estar a dizer-te alguma coisa mas não tinha coragem, o único cobarde nesta história sou eu não tu. Acredita. Meu amor, tu não és fraca nem falhas-te muito pelo contrário tu és a forte nisto tudo, foste tu quem lutas-te por mim e eu afastei-te. Quis tirar-te da minha vida porque achei que seria o melhor para ti mas não aguento. Tenho tantas saudades tuas, não consigo ficar sem pensar em ti nem um único segundo. Diz-me onde estás para poder ir ver-te, para poder ficar contigo sempre. Amo-te meu amor e se for preciso vou correr por ti até ao fim do mundo”

Não sabia bem o que dizer-lhe ou pensar mas de facto tinha de dizer alguma coisa. Tentei ligar-lhe durante dias mas ele não retornou nenhuma das minhas chamadas. Ponderei sobre se devia enviar-lhe uma nova mensagem ou não. Acabei por seguir a resposta positiva julgando que haveria alguma razão para ele não atender nem retornar as minhas ligações.

“Achavas mesmo que o melhor para mim era ficar sem ti? estás tão enganado. A minha vida aqui sem ti Pedro é uma miséria mas não te vou dizer onde estou. Para já não o vou fazer. Queria mas não. Se nem és capaz de enfrentar seja o que for para atenderes uma chamada minha ou retorna-la como vais ter coragem para vires ter comigo passar um tempo aqui, ao meu lado diz-me. Eu não sei se virás mesmo e não quero passar os meus dias a espera de te encontrar pelas ruas da cidade ou que apareças á porta da minha casa. Então, até ter uma certeza de que serás capaz de abandonar tudo nem que seja por um dia para estares comigo não vou dizer-te a minha localização e impressionantemente não lamento isso. Preciso que proves que ainda me amas, que ainda sou tudo para ti. Porém garanto-te que eu continuo a amar-te”  

&Lil

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