29 junho, 2011

ORGULHO EM TI


Como na minha habitual rotina de férias, primeiro passo, arrumar a casa. Recebo cinco euros por semana por este serviço, nos outros anos fazia sem receber, era um puro gosto ter a minha casa arrumada, mas agora, quero as minhas coisas, e os cinco euros impedem que as minhas finanças vão abaixo. Ontem tinha combinado ir hoje à praia com a minha amiga, no entanto, a preguiça para mais um dia em casa superou-nos, e cada uma ficou em seu lar a fazer os seus interesses. Já chegava perto da uma, quando o meu avô, um homem baixo, já que a minha altura começava a fica superior à dele á muito tempo, com uma barriga bastante saliente, e apenas com um pouco de cabelo na cabeça já estando bastante careca, pele queimada pelo sol, daqueles intensos dias de pesca que o fazem viver, e da e da agricultura que ele venera intensamente, tendo ter um enorme gosto pelos legumes e frutos da sua horta. Adora tê-los sem ter de ir ao supermercado e comprar todos aqueles produtos cheios de químicos que o faziam ficar nervoso de repulsa, e uns olhos com uma tonalidade esverdeada com um pouco de castanho em sua íris. Este senhor com uma certa idade, ama a natureza, possuí uma autêntica adoração pela pesca, e ama mais que isso, os seus netos eu e o meu irmão, incluindo o seu filho, que tantas vezes o deixa sem dormir apesar do todo o orgulho que sente por ele. Eu estava a arrumar por fim a cozinha quando ele me pediu um garfo para ir comer, dei-lhe um garfo e ele disse que voltava e pediu-me para que depois eu fizesse um café, eu disse: “ está bem”.   Quando eu acabava de arrumar a cozinha o meu avô veio a casa e pediu-me o café e entregou-me dez euros, eu agradeci e dei-lhe dois beijos. Quando ele estava a beber o seu café e a fumar o cigarro, ele começou a contar o que aconteceu com o meu irmão quando há uns dias atrás, quando ele lhe entregou cinco euros.
- Duarte toma cinco euros para ti. - Disse o meu avô.
- Avô, eu não quero. – Disse o meu irmão em um tom triste.
- Então porquê? – Interrogou-se o meu avô, já que ele sempre queria uma nota.
-Avô tu trabalhas? – Perguntou o Duarte.
-Não, o avô não trabalha. – Disse o meu avô com um tom baixo.
-Então não quero, porque eu não quero que fiques sem poder comer. – Disse o meu irmão.
-Não o avô não vai ficar sem comer, aceita. – Disse o meu avô orgulhoso, mas com um orgulho imenso.
O meu irmão aceitou. Quando o meu avô acabou de me contar isto, eu fiquei talvez, um pouco A Quem? O Duarte Baptista não aceitou, sabia que apesar de a criança ser irrequieta, com isto quero dizer uma pulga saltitante, sabia perfeitamente que ele tinha bom coração, mas julguei impossível o que ele fez. No afinal, penso, não, não te conheço assim tão bem, e orgulho-me, um orgulho talvez maior do que alguma vez já tenha sentido. E obrigado, um muito obrigado meu irmão, por me surpreenderes e ter aprendido, mais, do que com alguém “maior” que tu, mas com um coração, inferior ao teu.

&Daniela

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