07 junho, 2011

Borboleta


Recordo-me de ser uma borboleta. Não sei porque sonhei, no entanto foi o que aconteceu. Lembro-me de ter umas asas enormes e cores imensas, vermelhas, laranjas, azuis, tendo também amarelas, e voava velozmente pelas flores, pousando, uma a uma, saboreando e deliciando-me com o cheiro de cada rosa e cada orquídea. O sol reflectia nas minhas asas, fazendo com que o seu brilho se expandisse pelo prado, realçando cada flor.                     
 Percorria os campos com as outras borboletas, o vento empurrava-me para longe do meu destino, assustava-me.  As árvores moviam-se velozmente, e pousei numa flor, permitindo-me vislumbrar o vento nas árvores, vendo a moverem-se desordenadamente a um ritmo desconcertante, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de frente para trás, e de trás para a frente, gritando de agitação, estando eu a assistir tal beleza, até que a flor onde eu estava me levou para longe, seguindo o vento ou mais precisamente movida por ele, como se me tivesse colocado numa bolsa, levou-me para um sítio onde eu nunca tinha ido. O mar. Vi a coisa mais bela da minha existência, que julgava impossível de haver. Desta vez, tudo tinha um ritmo mais sincronizado, as ondas apenas iam numa direcção, esbarrando nas rochas, e todo o embate ecoava por toda a arriba e voltava novamente, novamente, ainda novamente, não tinha fim.                                                                                                                                                             A noite havia chegado, a lua era assombrosa, estava espelhada no mar, parecendo uma margarida gigante de cor branca, que repousava perante a água, assistindo o mundo ao seu redor com uma serenidade, e acalmia alucinantes. E eu fintava toda aquela beleza, estando pousada numa daquelas enormes arribas, desejando mais que a mim própria voar até lá e pousar sobre a lua com ar amistoso e ficar lá com ela, assistindo a um mundo que apenas era meu por uma noite. 

&Daniela

Sem comentários:

Enviar um comentário