09 maio, 2011

O segredo por detrás da ponte (part. 10)

Não foi nada complicada a tarefa que impus a mim mesma, o dia com a minha mãe fora perfeito para sair daquela rotina em que estava, não que eu o achasse entediante muito pelo contrário, adorara aqueles dias e há noite quando cai na cama exausta de toda a correria com a minha mãe notei que ele me fazia falta, uma falta imensa.
(…) 


Passaram-se meses. Eu e o Pedro deixamos de manter o contacto. Com o decorrer do tempo tornara-se quase impossível de estarmos juntos. A Linda, a sua madrasta, tinha regressado e as aulas recomeçado, o que fez com que fosse extremamente difícil vê-lo. Nas horas que a Linda se ausentava, quando o Pedro podia estar comigo, eu estava na escola e, como era de esperar ele acabou por concluir a construção da casa de árvore do Jonathan e de facto deixei de ter um meio de vê-lo. O Pedro já não passava os seus dias no pátio, uma vez ou outra lá o via ir até ao jardim ou na janela do seu quarto mas eram escassas. Eu continuava a ama-lo e sabia que ele também me amava a mim, de semanas em semanas lá recebia uma mensagem dele “Ainda te amo Filipa, nunca duvides. Serás sempre minha. Está tudo bem comigo não te preocupes”, à qual eu respondia mas nunca havia uma outra resposta, esperava incessantemente mas nunca chegava a ser recebida. Ai, como eu sentia a sua falta mas não poderia fazer nada. Estávamos destinados a ficar separados. E, para melhorar a nossa situação o meu pai tinha recebido uma proposta de trabalho fora da cidade sobre a qual a sua resposta iria ser mais que positiva, eu percebi o seu lado e quando me disseram que íamos mudar-nos não me opus mas isso não invalidava que a minha missão ali não estava terminada, onde estavam agora os meus planos de salvamento do Pedro (?). Basicamente já nem existiam, cada um estava a viver as suas vidas, bastante distintas, separados mas com um grande elo de ligação, o nosso amor. Dias antes da minha ida pedi-lhe que se encontrasse comigo perto da ponte, aquela que tinha tornado o nosso amor tão real mas ele não apareceu. Eu sabia que ele o iria fazer, tinha um pressentimento muito forte em relação à sua falta e decidi escrever-lhe uma carta de despedida.

" Meu querido Pedro, talvez esperasses mais de mim, que tivesse mais garra para lutar pelo nosso amor e no final de contas foi o que te demonstrei naquela nossa semana. Mas não estou nem perto de ser uma lutadora. Sou fraca. Falhei com tudo, com as minhas promessas, contigo mas sobretudo com o nosso amor. Sinto tanto a tua falta. A falta do teu toque, da tua voz que daqui em diante não vou sentir nem ouvir mais. Desculpa-me por não ter invadido a tua casa para te dizer que vou embora da cidade quando eu sabia que não virias ao meu encontro mas sou uma cobarde, não tive coragem de faze-lo e quem sabe não tenha sido melhor assim. Quero contudo dizer-te que ainda te amo e que sempre te irei amar mesmo distante. És tão essencial meu amor, fizeste-me crescer demasiado, dar importância a todos os que amo, esquecer as minhas futilidades. Vou sentir uma imensidão de saudades tuas e nunca te esqueças sempre te vou amar meu Pedro.”



&Lil

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