14 abril, 2011

O segredo por detrás da ponte (part. 2)

(...)
Na manha seguinte, assim que acordei, vesti-me e fui para o meu poiso habitual e lá estavas tu a trabalhar que nem um escravo. Fiz um som sonoro ao me aproximar da ponte para notares a minha presença e ter um sinal se deveria avançar ou não. Olhas-te para mim e fizeste-me um sinal com a cabeça para que fosse. Assim, a medo pela primeira vez atravessei aquela ponte. Quando lá cheguei fiz-lhe um sinal comprometedor, não sabia bem o que lhe dizer, por onde começar. Estava prestes a falar-lhe quando ele se dirigiu a mim.
                - Já estou bem habituado a isto e não quero que sintas pena de mim – as lágrimas começaram a aparecer-lhe no rosto mas ele prendeu-as facilmente – mas afinal quem és tu? Qual o teu nome? O que fazias ali?
- Não quero mesmo sentir pena, apenas te quero ajudar-te. Não acho justo o que vi.
- Ainda não respondes-te às minhas perguntas. Não preciso de ajuda. Consigo virar-me sozinho, não quero intrometer mais ninguém neste assunto.
- Chamo-me Filipa e sou tua vizinha, moro aqui na casa ao lado – e apontei – o mesmo que faço nos outros dias. Estava a olhar para ti, não esperava que tal coisa acontece-se mas aconteceu e quero que me expliques tudo para poder ajudar-te porque quero intrometer-me. Se não for a bem será a mal. É completamente desumano o que a tua mãe te fez.
- Não é minha mãe! – Gritou.
- Então quem é aquela mulher? Diz-me por favor.
- A minha madrasta. A mãe do meu irmão. Os meus pais já faleceram por isso vivo com ela. Ainda não sai daqui porque tenho medo de deixar o pequeno sozinho e ela lhe faça o mesmo. Senão não terias visto aquilo nem estarias aqui. Mas porquê tanto interesse em ajudares-me e porque raio passas ali os dias a olhar para mim?
Corei – gosto de ti. Pode parecer estranho. Nem o teu nome sei mas despertas-te a minha atenção e apaixonei-me por ti.
- És maluca Filipa. Vai lá viver a tua vida e deixa a minha em paz. Tenho que acabar isto e a minha madrasta deve estar a chegar e de certo não vai gostar de te ver aqui.
- Tudo bem mas não vou desistir de te ajudar. – Comecei a sair.
- Pedro, é Pedro o meu nome – sorri-lhe e fui para casa.
Tinha muita coisa para encaixar. Esta era a primeira vez que tinha falado com o Pedro e disse-lhe que me tinha apaixonado por ele. Tinha sido bastante estranho tudo aquilo e necessitava de arranjar rapidamente um plano para os tirar dali, ao Pedro e ao seu irmão. Era fundamental não deixar aquela criança passar por o mesmo que ele.
(...) 

&Lil

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